sábado, 28 de junho de 2008

Sobre baleias e vasos de petunias caindo...

O monologo de uma baleia solitaria

(...)Tambem nao se falou mais no fato de que, contra todas as possibilidades, uma baleia havia de repente se materializado muitos quilometros acima da superficie de um planeta estranho.


E como nao eh este o meio ambiente natural das baleias em geral, a pobre e inocente criatura teve pouco tempo para se dar conta de sua identidade "enquanto" baleia, pois logo em seguida
teve de se dar conta de sua identidade "enquanto" baleia morta.

Segue-se um registro completo de toda a vida mental dessa criatura, do momento que passou a existir ate o momento em que ela deixou de existir.

"Ah...! O que esta acontecendo?" pensou a baleia

"Ah, desculpe, mas quem sou eu?
Ei! Por que estou aqui? Qual a minha razao de ser?
O que significa perguntar quem sou eu?

Calma, calma, vamos ver... ah! Que sensaçao interessante, o que eh? Eh como... bocejar, uma cocega na minha... na minha... bem, eh melhor começar a dar nome as coisas para eu poder fazer algum progresso nisto que, para fins daquilo que vou chamar de discuçao, vou chamar de mundo.
Entao vamos dizer que esta seja minha barriga.

Bom. Ah, esta ficando muito forte. E que barulhao eh esse passando por aquilo que resolvi chamar de minha cabeça? Talvez um bom nome seja vento! Sera mesmo um bom nome? Que seja... depois eu ache um melhor depois, quando eu descobrir pra que ele serve. Deve ser uma coisa muito importante, por que tem muito disso por ai. Epa! Que diabo eh isso? Eh... vamos chamar essa coisa de rabo. Isso, rabo. Epa! Eu posso mexe-lo bastante! Oba! Oba! Que barato! Nao parece servir para muita coisa, mas um dia eu descubro para que ele serve. Bom, sera que eu ja tenho uma visao coerente das coisas?
Nao.
Nao faz mal. Isso eh tao interessante, tanta coisa boa por vir, estou tonto de expectativa...
Realmente tem vento de mais por aqui, nao eh?
E puxa! Que eh essa coisa se aproximando de mim tao depressa? Tao depressa, tao grande e chata e redonda, tao.. tao... merece um nome bem forte, um nome tao... tao... CHAO!!!
Eh isso! Eis um bom nome, chao.
Sera que vou fazer amizade com ele?"

E o resto, apos o baque subto e umido eh silencio...

Curiosamente, a unica coisa que se passou pela mente do vaso de petunias ao cair foi: "Nao. Outra vez!"

[trecho do livro: O guia do mochileiro das galaxias]
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Depois eu ainda me pergunto o que eh a vida!!! =/

Um comentário:

Mateus disse...

Adoro essa passagem do Guia!